Sobre o filme: Clube dos Poetas Mortos


“Fui para os bosques para viver livremente,
para sugar o tutano da vida,
para aniquilar tudo o que não era vida,
e para, quando morrer, não descobrir que não vivi.”
Thoreau

O filme "Clube dos Poetas Mortos" passa-se num colégio onde existe disciplina, honra e excelência. Onde os alunos são ensinados para que tenham profissões de grande importância na sociedade. Todos os professores eram rígidos e ensinavam a matéria aos alunos de forma rigorosa, enquanto o professor Keating dava as aulas de forma original e deixava os alunos pensar por si próprios.
Com a expressão "carpe diem" (aproveita o dia) ele ensinou os alunos a verem a vida de forma diferente. Antes de o professor chegar a escola eles só faziam o que os pais queriam, desde então com a expressão do professor estes começaram a reflectir e a pensarem melhor na sua vida, avaliando as crenças que os seus pais lhe transmitiam. Sem consentimento dos pais e de toda a escola eles reconstituíram o clube que tinha como nome "clube dos poetas mortos", já anteriormente formado pelo professor Keating.
O clube reunia-se à noite, numa gruta, nas imediações do colégio. O suicídio de Neil, um jovem, brutalmente reprimido pelo pai na sua vocação (representação), criou uma situação de confronto entre a direcção do colégio e o professor Keating acusado de levar os seus alunos à desobediência. O professor é expulso e a direcção do colégio toma medidas para que tudo volte à normalidade.


Inês Menino



Quando assisti ao filme “O Clube dos Poetas Mortos” senti-me por um lado triste e por outro senti-me muito afortunada. Senti que sou muito afortunada pois vivo numa época em que a maior parte dos pais deixa os filhos decidirem o seu futuro. Sei que puderei escolher o que quiser ser e ninguém me impedirá, sei que todos me apoiarão… sei que sou livre. Por outro lado senti-me muito triste com o suicídio de Neil, que se viu aprisionado pelo que o pai queria. Neil não podia tomar as suas próprias decisões, não podia ser livre para fazer o que queria. O seu sonho era ser actor, mas isso estava contra o que o pai achava que ele devia ser.

Penso que este filme mostra o direito que todos temos de ser livres, o direito de não termos medo de expressar que não concordamos com determinado assunto, o direito de escolhermos o nosso próprio caminho. Mas o mais importante, é não nos deixarmos submeter à vontade dos outros. No fim, os alunos mostraram a sua opinião e desafiaram aquela “ditadura”.

Acho que todas as pessoas devem poder viver como querem, fazer o que querem, se é isso que as faz feliz. Podemos não gostar ou não estar de acordo, mas no fim, se gostarmos realmente delas, devemos respeitar as suas decisões. E se gostarmos realmente delas, preferimos vê-las felizes.


Inês Rocha

LIBERDADE


Liberdade... Liberdade é não ter medo de viver, é ser livre para pensar e expressar o que nos vai na alma, sem restrições ou acusações. Liberdade? Liberdade é poder amar sem receios. A liberdade, ao contrário de muitas coisas, não se pode comprar. Não há riqueza que a alcance.
É um bem que todos temos, mas que podemos perder. Um bem que foi roubado a muitos... Muitas pessoas tiveram de se esforçar para a conseguir. Mas, para mim, a liberdade é um direito. É um direito à vida, é o direito de poder ver a natureza, é um direito à felicidade.
"Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tens o coração puro, e isso significa felicidade", tal como dizia Anne Frank. A liberdade é mais uma das coisas que temos e a que não damos o devido valor. Mas e se um dia a perdêssemos? Aí sim daríamos valor por poder ver o mundo como o vemos agora, sem medo.
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Inês Rocha
(8.º E)

História da Gata Borralheira... um outro final


Lúcia, por fim, olhou-se no espelho e viu aquilo que menos esperava. Viu o seu reflexo de há vinte anos atrás onde parecia rude e infeliz. Lúcia viu que nunca mais se iria recompor e apagar o passado. Lúcia olhou-se mais uma vez e tendo visto o reflexo do sapato roto e esfarrapado, tirou-o ... e sempre guiado pelo seu reflexo atirou o sapato ao espelho, partindo-o em cacos.
Lúcia pegou num caco e olhou-se mais uma vez, visto que nada tinha mudado, quis pôr fim a todo aquele desespero e infelicidade, pondo fim à sua vida. Lúcia esborrachou o vidro na sua mão caindo gotas e gotas de sangue no chão. Pronta para acabar com tudo, ouviu um grito que a fez sobressaltar. Era o rapaz que há vinte anos dançou com Lúcia no primeiro baile, aquele que pôs os seus olhos a brilhar. Lúcia ficou escandalizada. O rapaz correu para ela e rapidamente tirou de perto de si todos os vidros espalhados pelo chão dizendo que parasse.
- Pára com isso! - disse Lúcia.
- Pára tu com isso, Lúcia! - disse o rapaz sufocado pela aflição - Pára! Tu és maravilhosa e perfeita, não entendes? Mesmo com aquele vestido e os sapatos de há vinte anos atrás, estavas maravilhosa. Eu nunca me esqueci de ti e todo este tempo te procurei quando soube que tinhas casado... Desde a primeira vez... És tudo para mim Lúcia. Não faças isso! Eu amo-te.
Lúcia nunca tinha ouvido aquelas palavras de ninguém, nem mesmo ao seu marido com quem já estava há vinte anos e foi então que percebeu que nunca deveria ter fugido dele, naquela noite, pois ele era o amor da sua vida. Casaram-se e pouco tempo depois Lúcia engravidou e como todas as histórias felizes, viveram felizes para sempre.

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Milene Salgueiro
(8.º E)

História da Gata Borralheira... um outro final


Lúcia viu-se ao espelho e viu a mesma imagem de há vinte anos atrás. Foi aí que percebeu que nada tinha mudado em si; era mais rica, mais bela, tudo lhe corria bem, mas por dentro era a mesma.
Tinha chegado a hora do baile e, surpreendentemente, Lúcia ia com o mesmo vestido lilás de seda e os sapatos rotos. Toda a gente comentou, tudo ficou a olhar, puseram-na de parte, mas Lúcia não se importou. Afinal quem estava ali era ela "mesma" e não um vestido bonito e uns sapatos brilhantes.
Lúcia arrependeu-se da sua sua opção de há vinte anos e voltou para a sua casa, para junto dos seus entes queridos.

Jorge Fernandes
(8.º E)

História da Gata Borralheira... um outro final


Lúcia viu-se no espelho e compreendeu que nunca se tinha enganado a si própria durante todos aqueles anos, tinho vivido com a obsessão de se vingar e agora tinha subitamente percebido que tudo fora em vão. Ela não mudara, ela continuava a mesma rapariga com medo do que pensavam sobre si. Vivia da opinião dos outros...
Lúcia saiu da sala e voltou para o salão de baile. Pegou num copo de champanhe e dirigiu-se para o centro da pista de dança. Todos a seguiam. Os seus sapatos pareciam incendiar a pista.
- Gostaria de fazer um brinde! - exclamou Lúcia, levantando o copo.
Todos os outros convidados se aproximaram com rostos curiosos e divertidos.
- E a que deseja brindar, querida Lúcia? - perguntou o dono da casa.
- Desejo brindar à felicidade que descobri hoje, nesta maravilhosa noite de Junho. Há vinte anos estive aqui, não tão bonita nem tão graciosa. Ninguém me seguia com o olhar, como hoje fizeram. Eu não era ninguém. Talvez alguns se lembrem de um sapato miserável que apareceu no meio da sala. Esse sapato era meu.
Os convidados expressavam rostos espantados e chocados.
- Sim, esse sapato era meu. Agora, como podem ver, construí um grande império, consegui triunfar! Mas do que é que isso me valeu? Não fui mais feliz, nunca me senti completa nem realizada. Porquê? Porque só hoje percebi o que muitos me tentaram dizer, que não devemos dar importância às aparências e "agarrar a nossa verdadeira vida". Foi um velho amigo que me disse isto e hoje, finalmente, descobri a grande verdade. - Lúcia sorriu e pousou o copo.
Os convidados continuavam mudos. Lúcia acenou ao marido e ambos abandonaram o baile. No caminho para casa, Lúcia pensou "Amanhã vou mandar pendurar o vestido na grande entrada para todos verem". A partir daí, Lúcia viveu uma longa vida e aprendeu o que era ser verdadeiramente feliz.
Inês Rocha
(8.º E)
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Nota: Foto de F Nando -"Exposição Joana Vasconcelos"

História da Gata Borralheira... um outro final


Após vinte anos, Lúcia decide ver-se novamente ao espelho. Lúcia acha-se feia, muito feia. Lúcia fica destroçada ao ver que após vinte anos nada mudou ou até piorou.
Agora Lúcia percebe que a escolha que fez não foi a mais acertada e que está muitíssimo arrependida. Percebe finalmente que apesar de não ter beleza por fora, também não a tem por dentro, o que é o mais importante.
Lúcia tem a certeza que o luxo e o poder não significam nada; nada quando não se tem quem mais amamos, quem realmente se preocupa connosco. Por isso, Lúcia encerra aquele mundo onde perdeu tanto da sua vida e vai atrás do caminho acertado, junto da sua família. Também vai atrás do grande amor da sua vida, o homem que conheceu no baile há vinte anos atrás, que continuava à sua espera.
Lúcia aprendeu uma grande lição de vida, e fica feliz para sempre, sem o luxo e o poder mas com muito amor, junto da felicidade.
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Vanessa Salgueiro
(8.º E)

História da Gata Borralheira


Desafio: depois de teres lido o conto "História da Gata Borralheira", imagina um fim diferente para Lúcia. Sê criativo.