Queimada Viva



Título: Queimada Viva
Autor: Souad e Marie-Thérèse Cuny
Editora: ASA

Resumo: A história passa-se numa aldeia num território jordano. Souad vive com os pais e irmãos. Os homens são vistos como deuses e as mulheres valem menos que animais, são meros objectos. As mulheres e as raparigas, desde muito novas são abusadas, espancadas e vivem sempre com medo. Os rapazes podem fazer tudo. Muitas vezes, sempre que nasce uma rapariga a mãe acaba por matá-la. As mulheres só convivem e falam com um homem depois do casamento. No entanto, Souad envolve-se com um homem da sua aldeia antes do casamento e acaba por engravidar. Aquela gravidez era uma vergonha para a família e assim, foi queimada viva. Souad conseguiu sobreviver graças a Jacqueline, que trabalha numa Organização Humanitária e que consegue levar Souad e o seu bebé para a Suíça. Devido a problemas psicológicos, Souad entrega o seu filho para adopção e tenta refazer a sua vida. Anos mais tarde, Souad casa e tem duas filhas, Leititia e Nadia e consegue estabelecer contacto com o seu filho que se muda para sua casa. Agora, alguns anos depois, Souad publicou este livro que conta a sua história, com o efeito de ajudar outras mulheres que passaram pela mesma experiência.

“Sou uma rapariga, e uma rapariga deve caminhar depressa, com a cabeça inclinada para o chão, como se estivesse a contar os passos. O meu pai diz que as raparigas valem menos do que os animais pois eles dão lã e leite… E nós? Nós não damos nada.”

Esta foi a passagem que mais me tocou pois mostra, numa pequena frase, que as mulheres daquela localidade não valem mais do que um animal, são discriminadas, abusadas psicologicamente e fez-me sentir escandalizada por descobrir que numa grande parte do mundo a vida das mulheres é assim.

Aconselho este livro a um amigo porque cada vez mais devemos tomar consciência das dificuldades e abusos que sucedem noutras partes do Mundo e fazer algo, nem que seja sensibilizar um amigo, para melhorar ou ajudar a melhorar a vida destas pessoas.

Leitura partilhada por Inês Rocha

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